segunda-feira, 31 de maio de 2021

Tempo livre para ler

Estive de férias e fui para fora uns dias. Tendo sido só uns dias, não lhes vou chamar férias, mas mini-férias. E, como é costume nas minhas férias, li. Que me valham pelo menos as férias para pôr cobro à pobreza do resto do ano em termos de leitura. Cá vai a lista (de que estou bastante orgulhosa):

Livros terminados:

Caim, José Saramago
Dom Casmurro, Machado de Assis (este já estava perto de meio do livro, e terminei)
Morte em Veneza, Thomas Mann (este também já tinha começado a ler, umas 30 páginas, e terminei)
A Correspondência de Fradique Mendes, Eça de Queiroz (este também já tinha começado, estaria a um terço do livro, e terminei)

Livros começados:

Caderno 2, José Saramago
A Filha do Arcediago, Camilo Castelo Branco
Eichmann in Jerusalem: a Report on the Banality of Evil, Hannah Arendt
O Erro de Descartes, António Damásio

Se calhar este padrão parece estranho, mas eu vou começando vários livros, e depois vou lendo o que gosto mais primeiro, e assim sucessivamente. Por isso tinha aqueles livros começados (e tenho ainda mais dois a meio, mas não peguei neles nas férias) e agora tenho mais estes. Espero é agora conseguir terminá-los antes das próximas férias. Dois deles já vão mais avançados, por isso estou com esperança de que a rotina do dia-a-dia não seja impedimento para os continuar a ler.

Numa nota, queria aqui dizer que, caramba, o Saramago escreve mesmo bem. Entre ele e Eça, não consigo escolher o meu preferido. De Eça já li tudo, do Saramago faltam-me poucos livros para ler tudo. E não querendo rebaixar nenhum escritor, mas voltar a Saramago é como voltar a casa, consigo finalmente descansar. Gosto da escrita dele, escreve tão bem que dá gosto ler, não é preciso fazer esforço para perceber. Mesmo o Caderno 2 que comecei agora a ler, que são textos do blog dele, tão bem escrito, bem pontuado, bem formulado. Não tenho palavras para descrever. O que tenho medo agora é que aconteça o que já aconteceu com outros escritores do que gosto e que estão mortos: chegar ao fim da obra deles e não ter mais o que ler. Mas, a este ritmo, ainda demorarei um pouco a chegar ao fim, provavelmente.


8 comentários:

mb disse...

Quais os teus livros preferidos do Eça? Li Os Maias no décimo primeiro ano de escolaridade e facilmente se tornou no meu livro de eleição. Por ter gostado tanto, durante muito tempo não voltei a ler nada do mesmo autor, para não macular a imagem que tinha, tal o impacto que me causou. Dez anos mais tarde, acabei por reler Os Maias e não mudei de opinião: está para a prosa nacional como Os Lusíadas estão para a poesia. Passados mais alguns anos, acabei finalmente por outros livros do Eça, dos quais destaco O Mandarim, e A Cidade e as Serras.

Em relação ao Saramago, só li Memorial do Convento, também no secundário. Acabei por gostar mais do que estava à espera, mas não o suficiente para ter voltado a pegar no autor. O que aconselhas dele?

Maat disse...

também conheci o Eça no secindário, com Os Maias, e logo me apaixonei. depois disso, comecei a ler tudo.
os meus preferidos são Alves e Companhia, A Tragédia da Rua das Flores (muito parecido com os Maias, mas mais curto), O Conde de Abranhos. mas no fundo, todos os livros de eça são bons :)

de Saramago, por acaso nunca li o Memorial do Convento (que não fazia parte do meu programa de secundário, li outro qualquer, mas está na minha reading list). depois na faculdade, tive de ler o História do Cerco de Lisboa, mas não gostei na altura (romance histórico).
depois li o Homem Duplicado e adorei e continuei a ler. os meus preferidos são A Jangada de Pedra, Ensaio sobre a Cegueira, a Caverna, e este Caim que li agora também gostei muito. e gostei muito das Pequenas Memorias, mas não é romance. mas de novo, todos os livros dele são muito bons e gostei de todos os que li até agora :)

mb disse...

Obrigado pelo feedback. Não tinha a certeza se irias responder, já que não o fizeste da última vez que tinha comentado um post teu.

Não li nenhum dos três que referiste do Eça. Optei por não aprofundar os livros póstumos dele, tirando A Cidade e as Serras. Entretanto, reparei no teu perfil e tens O Primo Basílio na secção dos livros favoritos (dos que li, foi o que gostei menos; começa muito bem, mas perde algum fulgor na parte das chantagens da Juliana).

Não tenho mais nenhum livro do Saramago. Vou apontar as recomendações, mas só devo comprar algum quando der um avanço aos 26 que já estão em lista de espera (talvez lá para 2024, que sou um slow reader).

Maat disse...

ai! não respondi? que estranho, eu respondo a todos os comentários, até porque não tenho assim tantos :) pode-me ter passado e peço desculpa desde já.

sim, o Primo Basílio também gostei muito, mas já li há muito tempo :)

uma dica: compra os livros usados, no olx ou outro sítio. são muito mais baratos e servem na mesma :)

mb disse...

Tranquila, o episódio passou-se ainda na fase em que não gostavas de nada, já lá vão uns anitos.

Não tenho por hábito comprar livros usados ou ir a bibliotecas públicas requisitar. Gosto de contribuir para os artistas, se bem que, no caso do Saramago, já não se justifica.

Maat disse...

hmmm, bem visto. eu sempre comprei livros novos também, mas ultimamente, e até mais por uma questão de sustentabilidade, tenho tentado comprar usados.
mas a verdade é que ultimamente raramente tenho comprado livros físicos, compro mais para o kindle. precisava de uma casa maior para pôr todos os livros que tenho :)

Anónimo disse...

Também adoro o Saramago e o Eça. Do Saramago li quase tudo, faltam-me poucos, mas não tenho pressa pela questão que levantas, depois não tenho mais nada, só se reler.
O meu preferido é a História do Cerco de Lisboa, por acaso =)
achei a ideia fantástica e a parte mais sentimental muito bonita, também.
Já o Morte em Veneza, acho dos livros mais entediantes de sempre, nem me ficou grande coisa na cabeça a não ser que o tipo embeiçou-se por um adolescente (...) e que é tudo chato.
M.

Maat disse...

estou tentada a dar mais um oportunidade à História do Cerco de Lisboa. quando li, tinha 20 anos e não tinha lido mais nada de Saramago ainda, se calhar não foi um bom livro para começar. agora que sou mais sábia, quem sabe não acho bom :)

Morte em Veneza gostei. percebo a parte da seca, havia lá pelo meio umas partes desnecessárias, mas gostei da narração (ainda que fosse a história de um velho a apaixonar-se por um adolescente, mas temos sempre de ver as coisas à luz da época em que são feitas) e achei bem escrito também. no fundo, isto para mim foi um aquecimento para o Fausto do Mann, que tem... sei lá, mil páginas praí ahahahaha a ver quando tenho coragem de pegar nele :\