quarta-feira, 16 de março de 2022

Sem pressão

Não fumo há seis meses. Fiquei tão mal quando tomei a segunda dose da vacina covid, junto com outros problemas de saúde simultâneos, que nem conseguia ir lá fora fumar. Então não fumava. Como demorei ainda algum tempo até ficar mesmo recuperada, umas duas semanas, continuei sem fumar. Eu sei que um hábito supostamente demora três semanas para se perder, mas acho que passei tão mal, foi tão intenso que quando fiquei boa já nem me lembrava disso. E continuei. Não parei de fumar propositadamente nem estou a levar isto como algo para sempre. Se me apetecer, volto, sem culpas. Se me continuar a não apetecer, melhor. Simples. Parece-me um pouco diferente das últimas vezes no sentido em que agora consigo ver um cigarro na televisão sem me apetecer fumar. Até porque se apetecesse, fumava, não há nada que o impeça. É só que nunca mais me apeteceu, parece que me eliminei isso da minha cabeça. Mas já se sabe que estes estados são sempre muito voláteis. Aliás, eu nem costumo dizer que deixei de fumar. Digo antes não tenho fumado, que é menos permanente.

Enfim, este texto gigante para dizer que quem está chateado com eu ter deixado são os meus amigos fumadores. Um deles disse 'ah mas isso é agora, quado voltares ao escritório vais ver que voltas logo'. Outro, assim com desdém: 'mas deixaste de fumar para poupar dinheiro?'. Outra: 'Deixaste de fumar? Ai por favor, não me desiludas'. Estou a sentir pouco apoio. Nenhum, diria mesmo. Acho que quando alguém deixa de fumar, os fumadores sentem que alguém passou para o outro lado. É menos uma pessoa para a causa. Vamos ver quanto tempo dura. Mas sem pressão.

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