sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Choque

Uma boa lembrança de um choque (agora engraçado, na altura menos) foi eu ter sido sempre a melhor aluna da turma desde que entrei na escola, da primeira classe ao 12º ano. E eis que na faculdade, não seria o primeiro exame de todos mas um dos primeiros, tirei um 5. Um 5, de 1 a 20. Isso, sim, foi um choque. 

8 comentários:

Anónimo disse...

Aconteceu o mesmo a duas colegas minhas. Uma sei que tinha muito boas notas no secundário (tinha uma média xpto bla bla bla) mas no primeiro ano de faculdade levou um banho de realidade com uma razia completa nas notas, mas a tudo: 5, 3... Não sei o que aconteceu, mas se a diferença entre a exigência do secundário e a daquele curso fosse assim tão grande, teríamos todas sofrido com isso (entrou um grupinho para o mesmo curso) mas calhou-lhe a ela e sei que era uma pessoa que passava muito tempo a estudar. Ela já tinha tendência para a depressão e provavelmente piorou, tanto que acabou por deixar o curso pouco depois (não sei se chegou a concluir, mas acho que até trabalha na área).
A outra era mesmo minha amiga e houve um ano em que as notas desceram a pique, negativas atrás de negativas... também habituada a ser boa aluna (muito marrona, também... é o que eu digo, estudar demais faz mal =D), aquilo foi difícil porque a pressão aumentava e só piorava as coisas. Depois, acho que relaxou, encarreirou e no fim até ganhou em humildade. Conclusão? Não sei =) Acontece, é chato, mas sobrevive-se e às vezes até é preciso para a pessoa "acordar" e rever algumas coisas na vida.
Eu tive um choque como o teu e serviu-me de lição: habituada a excelentes notas a Português, num dos testes do secundário decidi que não ia seguir o método de análise que aprendemos porque queria fazer "a minha própria interpretação" e toma!, tive 5 em 20. Nunca mais me armei em rebelde =D
M.

Maat disse...

neste caso específico, foi mesmo o ter estudado pouco e ter faltado a bastantes aulas e ter usado apontamentos de outras pessoas. porque noutros exames tive notas melhores (mas ainda assim na ordem dos 12-14, quando eu antes era aluna de 18, mas não se pode ter tudo). e acho que nem sequer foi a nota mais baixa, cheguei a ter um 4, que me lembre, mas isso foi uma daquelas situações que fui lá escrever um rabisco e vim embora.
acho que pode ser o nível de exigência, sim, mas também o facto de não nos darem tudo pronto a despejar no exame, de tambem termos de fazer nós alguma pesquisa e procurar outras coisas, etc.
há também outra coisa que é o estudar muito o que se aprendeu não quer dizer que se perceba bem como as coisas funcionam ou como se ligam com outras coisas que estudamos noutras cadeiras. este tipo de conhecimento também é importante e valorizado e pode até ser que quem está a estudar feita marrona a decorar um caderno inteiro não consigo aperceber-se da big pcture.
depois, não querendo aqui ser dessas pessoas, mas sendo, julgo que o professor também poderá ter algum, ainda que pouco, peso nas notas, em certos casos. é verdade que sempre me esforcei mais nas cadeiras de inglês e tive notas muito melhores do que em tudo o resto (16-17), mas também tenho ideia que os professores estrangeiros eram menos 'avarentos' a darem boas notas, quando eram merecidas. e havia sempre aqueles casos de um professor que dava sempre notas muito medianas, etc.
no meu caso, também fui muito menos aplicada na fac do que no secundário e cheguei a um ponto que já só queria despachar, independentemente na nota, sendo positiva seria suficiente.
acho que todos estes factores somados, mais os factores particulares de cada pessoa, como os exmeplos que deste da tendência para a depressão, o não lidar bem com a pressão, podem ser a razão para isso acontecer.

Anónimo disse...

Concordo com o que dizes e espero não ter soado muito crítica, até porque já se passaram muitos anos e acho que acabou tudo por correr bem.
Isso dos professores também pode ter influência, claro, mas como tínhamos os mesmos, funcionava igual para todas, portanto, julgo que nos casos que mencionei os métodos de estudo e os fatores pessoais foram mesmo os fatores decisivos (no meu caso, eu tive notas mais baixas ou mais altas consoante as matérias me agradavam o que, por sua vez, estava ligado à qualidade das aulas).

M.

Maat disse...

não soaste nada crítica. afinal todos ou quase todos passamos pelo mesmo, estamos só a trocar experiências :)
pois, nesses casos poderão ter sido mesmo os factores pessoais e a forma de cada um se adaptar (ou não) à universidade, com todas as coisas novas que daí vêm.
e, apesar dessas notas ridiculamente baixas em alguns exames, e de para o meio/fim já estar muito farta, recordo sempre esses tempos com carinho. nem que seja pelo facto de que podia faltar às aulas e não querer saber e agora não posso fazer isso com o trabalho :)

Anónimo disse...

Também eu! Adorei essa fase apesar de ter havido uma fase inicial mais complicada (não em termos de notas mas... nova vida, nova cidade, etc.). Ainda por cima fiz bons amigos, vai lá arranjar bons amigos no trabalho...
Trabalhar é uma seca, eu sempre suspeitei =)
M.

Maat disse...

aqui a burra queria imenso começar a trabalhar :/
nem vamos comentar isto.

Anónimo disse...

Eu também fui sempre aluno de nota máxima até ao 12°, os professores quando davam as notas dos testes, que no meu tempo se chamava pontos, o meu resultado era sempre o último, para me darem como exemplo de estudo e se desfazerem em elogios, pelo que tinha escrito numa composição que os fez chorar, ou pelo génio de como tinha chegado ao resultado em matemática..Eu como era (sou) muito tímido, aquele destaque era uma tortura, a minha cara ficava vermelho vivo, enfim.. sofri muito com as boas notas..

Maat disse...

percebo. diria que hoje isso seria considerado completamente errado, tanto pela forma como te fazia sentir a ti como aos teus colegas. mas naquele tempo era assim :\