segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Mais tempo livre 6

Sendo que o último post desta série foi feito há quase dois meses, deve dar para perceber que não tenho tido muito tempo livre. Mas vou tentando aproveitar para ver uns filmes pelo meio, ainda que tenha de ser em duas ou três visualizações. Estas são os últimos clássicos. Vi mais filmes para além destes mas filmes mais recentes e o objectivo desta rubrica é falar de filmes clássicos ou filmes de referência. Claro que todos temos os nossos guilty pleasures, mas isso fica para o Letterboxd.

Belle de Jour - mais uma obra de Luis Buñuel, desta vez menos surrealista. Uma mulher frígida com o marido que, durante o dia, se torna prostituta, protagonizada pela então jovem Catherine Deneuve. Gostei muito.
Double Indemnity - outro filme do Billy Wilder, bom como os outros dele que já vi. Um agente de seguros apaixona-se por uma mulher e tentam conseguir uma choruda indemnização da companhia de seguros. Gostei muito também, mas estou tentada a dizer que vou gostar de tudo do Billy Wilder.

The Trial - filme adaptado do livro de Kafka por Orson Welles. Adorei o livro, há muito anos quando li. O filme não gostei tanto. O filme está super bem feito. Visualmente é muito bonito. Nota-se o contraste entre ambientes claustrofóbicos e ambientes onde não somos nada, quando comparados com a magnitude do sistema. No entanto, tem um toque surrealista que não me lembro que o livro tivesse. Portanto o veredicto é: como filme por si só, é um bom filme; como adaptação do livro, achei que o toque surrealista adicionado não favoreceu.

Wild Strawberries - filme pesado do Bergman. Um médico, velho, reflecte sobre a sua vida e existência, durante uma viagem de carro, com vários eventos. No final, encontra a paz de espírito, finalmente. Gostei.

La Dolce Vita - filme bem grande, quase 3h, tive de ver em duas ou três vezes. As aventuras de Marcelo, um fotógrafo, em Roma, ao longo de vários dias. Marcelo Mastroianni a lançar o seu charme num filme de Fellini que praticamente cunhou o termo paparazzo. Filme usado para crítica social, para mostrar o vazio existencial do mundo das celebridades (se o Fellini vivesse hoje, já teria tido um ataque). Gostei, mas mas acho que o facto de ter sido tão grande acabou por me perder.


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