quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Ainda covid

Para continuar no mesmo tema, e um pouco no seguimento do post de ontem, queria dizer aqui que, nesta segunda vaga, estou muito mais tranquila quanto ao vírus e mais alerta para a situação económica. Eu, felizmente, não tenho do que me queixar, pois estou a trabalhar em casa e recebo igual, mas sei que não é assim para toda a gente. Sei que o vírus é perigoso, mas não é como em Março, em que era tudo desconhecido e não havia dados que nos permitissem tirar conclusões. Neste momento, o que eu acho é que o vírus é muito contagioso, mas não será assim tão mortal quanto se pensava. A maioria das pessoas fica doente uns dias e acaba por ficar melhor. Claro que sendo pessoas com doenças pré-existentes, isso complica muito, mas também uma gripe complicaria eventualmente. E também acho que há um pequeno número de pessoas em quem, mesmo sem doenças pré-existentes, pode correr muito mal. Acho que quem tem de ter medo, deve ficar em casa, sim, resguardar-se, ter cuidado, mesmo por iniciativa própria. Não deveriam precisar do governo para isso. Dito isto, acho que todas as medidas que têm sido tomadas estão a estrangular os negócios. Obrigar restaurantes, supermercados, lojas, cabeleireiros, etc, a fechar às 13h é criminoso.

Há uns tempos, alguém partilhou um daqueles textos no facebook que as pessoas vão copiando e colando. Eu não faço isso, mas esse texto eu li e tocou-me. Não me lembro das palavras ao certo. O sentido queria dizer algo como: um dia são os cinemas. Não é essencial ver filmes. Outro dia são as livrarias. Não é essencial ler livros. Depois são os cabeleireiros. Não é essencial cortar o cabelo. Depois os restaurantes. Não é necessário ir comer fora. Um dia são os supermercados. E nesse dia, os teus pais, que vivem à custa disso, vão ficar sem meios de subsistência. O texto não seria nada disto, mas a ideia que passava era esta. E isto foi partilhado por uma colega minha, que tem uma micro empresa de contabilidade, que dá trabalho a ela, que se sustenta a ela mais o filho, e à irmã e outra colega. Portanto, eu imaginei que, se a empresa dela fosse à falência, seriam três famílias a ficarem mal. E isso tocou-me. Porque de facto estamos a separar o essencial do não essencial, mas o não essencial também dá comer a muitas bocas e afecta muita gente.

Pode parecer parvo, mas foi a ler esse texto que eu 'acordei' e percebi que as medidas que se estavam a tomar não eram justas para todos. Por mais medo que se tenha de um vírus, acho que estamos a tomar medidas demasiado restritivas e que vão pôr muita gente em maus lençóis. Claro que é fácil para os ministros tomarem essas decisões, eles continuam a trabalhar em casa e a ganhar o seu ordenado ao final do mês. E mesmo que as pessoas se queixem, depois pede-se mais uns milhões à UE para dar uns subsídios da treta, para atirar areia para os olhos das pessoas.

O texto já vai grande, mas queria mesmo deixar aqui estas notas. Provavelmente muitos vão-me chamar negacionista. Não sou e não aceito esses rótulos, porque também não os uso para ninguém. Mas na realidade, não me interessa o que chamam. Interessava-me mais que se tentasse combater isto de outra forma, que prejudicasse menos as pessoas. E, claro, aqui só falei da dimensão económica. Nem vou entrar pela situação do sistema de saúde, das pessoas que estão sem consultas de acompanhamento e a piorar com o tempo, enquanto esperam. Não sei como é na vossa freguesia, mas ligar para o centro de saúde é uma verdadeira aventura. E se por sorte atendem, marcar consultas com médicos é praticamente impossível. Parece que, com o covid, todas as outras doenças desapareceram. Antes fosse. Mas nem vou falar disso.

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