segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Portanto, as férias

As férias. Para variar, não me vou queixar de nada, já me queixei do que precisava. Hoje vou partilhar coisas boas, para começar bem a semana. Fui à Índia. Como sabem, eu faço yoga, e a professora é minha amiga. Ela já lá tinha ido algumas vezes e desta vez, como iam mais amigas dela, decidi ir também. Não foi uma daquelas viagens à Índia que as pessoas costumam fazer, para visitarem várias cidades e conhecerem tudo. Fomos apenas para uma cidade, para um ashram (escola de yoga) e ficamos lá o tempo todo, a praticar yoga e a conhecer e aproveitar a cidade. A cidade foi Rishikesh, a 'capital' do yoga. Nunca fui ao resto da Índia mas posso dizer que esta não é como as outras cidades. É mesmo aos pés dos Himalaias, ainda se sente o ar da montanha e o Ganges ainda está limpo, é a primeira cidade que o rio apanha. Não há lixo aos montes no chão, não temos de andar com o nariz tapado na rua, não há tanta poluição como noutras cidades (passei em Deli numa escala e, meu Deus, eu diria que toda a gente ali deve morrer de cancro do pulmão, nem se consegue ver bem com o nevoeiro da poluição). Há vacas, macacos, cães aos montes nas ruas, muitas bostas pelo chão também (é preciso estar sempre a olhar!), muitas motas, muitas buzinas, muitos tuc-tucs. O trânsito é um caos mas ninguém bate, uma cena extraordinária.
O ashram era muito básico. Quarto muito básico, refeições básicas, mas também pelo preço não poderia exigir mais. Devo se calhar dizer que as minhas expectativas eram muito muito baixas, por isso não fiquei desiludida. Levei toalhitas desinfectantes e limpei o quarto todo antes de usar. Íamos normalmente tomar o pequeno-almoço fora, ou o almoço, e ao jantar comia bolachas, sumo, chá, batatas fritas, para desenjoar da comida que sabia todos os dias ao mesmo.
Fazia todos os dias duas aulas de yoga, de manhãzinha e à tarde, e depois uma aula de meditação ao final da tarde (tenho de confessar que nesta a maior parte das vezes eu adormecia, meditação não é para mim).
Depois o resto do tempo passava-o na relva do ashram a dormir, na cidade a fazer compras (tudo tão barato, não imaginam mesmo), a fazer massagens ayurvédicas (1h por 8.4 euros!), num qualquer restaurante a almoçar e a ficar lá mais umas horas a ver o rio, o sol e a falar, a ir ver a cerimónia que todos os dias faziam ao lado do Ganges.
A viagem é uma seca, demorei um dia e meio a chegar lá e mais ainda a voltar, trocaram-me os voos no último dia e tive de fazer uma escala extra e perder mais 6h de vida (para além de ter ficado doente e de cama o fim-de-semana todo), mas aqueles dias passados lá foram maravilhosos. Como disse, as minhas expectativas eram muito baixas, nunca tive grande consideração pela Índia, país de violadores e de acidentes de comboio, estava até bastante nervosa e apreensiva na semana antes de ir e já super arrependida de me ter metido nisto, mas valeu muito a pena.
Vou deixar algumas fotos, armada em travel blogger. Não sou muito de tirar fotos, mas nesta viagem quis registar vários momentos. E nem tiro fotos de jeito, por isso peço já desculpa pelo amadorismo.

Estive lá na altura do Diwali, o maior festival da Índia, a festa das luzes.


Amanhecer em Deli, no aeroporto - dá para ver (e sentir!) o nível de poluição - não, não era nevoeiro.


O meu quarto no ashram. Bem básico mas com casa de banho privada e chuveiro (mas sem banheira, era um ralo no chão).


As refeições no ashram eram sempre assim.


Vista para o outro lado do rio, onde todos os dias se realiza a cerimónia Aarti no Parmath Niketan em frente a uma estátua de Shiva.

O Parmath Niketan de dia.


A cerimónia em frente à estátua de Shiva.


Flores e incenso que se costumam oferecer ao Ganges depois da cerimónia.


Eu a oferecer flores ao Ganges (e o cabelo não é oleoso, nao me tornei porca na Índia, foi depois de uma massagem com óleo).


Uma das pontes pedonais para atravessar o Ganges.


Macacos na ponte.


Vista para o Ganges.


 Refeição num verdadeiro restaurante indiano.


Macacos pelo jardim do ashram.


Mais macacos a brincarem no jardim do ashram - normalmente acontecia de manhã.


A rua movimentada de Rishikesh.


Uma estátua numa praça - não sei de quem, desculpem.


Indianas a passarem.


A atravessar o rio de barco.


Pôr-do-sol em Rishikesh.

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