terça-feira, 21 de junho de 2022

A evitar

Fiz análises de medicina do trabalho recentemente. A senhora começa por me dizer para tirar sangue do braço direito. Disse que preferia do esquerdo. Com algum medo, porque para ela dizer para tirarmos do direito tão assertivamente, é porque só estava habituada a tirar desse. Mas optei por não julgar. Ela espeta a agulha e começa a esgravatar. A esgravatar, a esgravatar, a esgravatar, nada de sangue a sair. Eu já com bastantes dores e peço para tirar a agulha. Pensei que realmente a culpa tinha sido minha, por me ter armado em esperta e ter pedido para tirar no braço que claramente ela não tirava habitualmente. Lá disse para ela tirar antes do direito. Queria acabar com o meu sofrimento. Espeta a agulha e a mesma situação: a esgravatar, a esgravatar, a esgravatar. Nada de sangue. Eu já a bufar por todos os lados. Ela continua a esgravatar, eu a revirar o olhos, quase a arrancar a agulha e a ir embora. Ela decide ir chamar uma colega, enquanto que a agulha ficou no meu braço, e eu a senti-la. A colega chega e rapidamente apanha a veia. Vai-se embora e a primeira senhora lá começa a pôr os frascos para apanhar o sangue. Eu sempre a olhar para o outro lado para não ver. Depois ela apertar-me o braço para sair mais sangue. WTF?! Lá enche os dois frascos e tira a agulha, finalmente. Levanto o braço, e vejo que o sangue escorreu e tenho a parte de baixo do braço, a mão e o apoio da cadeira cheios de sangue. Ela com as mãos cheias de sangue. OMG, que cenário de filme de terror. Mas vejo que o sangue já não está a sair da picada, foi sangue que ela entornou em vez de encher os frascos. Rolleyes. Ela pega num bocadinho minúsculo de gaze, como que estava a usar para estancar o sangue, e começa a limpar o braço. Senhora, acha mesmo que saímos daqui hoje, eu com o braço cheio de sangue e você a limpar com um nico de gaze de 2 cm x 2 cm? Lá lhe digo que é melhor eu ir lavar o braço à casa de banho. Peço para  me pôr um penso na picada da agulha. Ela pega num penso que quase era preciso um microscópio para o ver e põe no braço, sem grande mestria, pois dobrou-se e colou. E lá fui eu lavar o sangue todo. Pior experiência de tirar sangue de sempre. Juro que quem entrasse ali no final, sem saber o contexto, e visse aquela cena iria assustar-se. E o pior é que comentei com um colega que disse que ela lhe fez o mesmo, não a cena toda da sangria, mas a cena de espetar e andar lá dentro a esgravatar à procura de uma veia, por isso o defeito não é meu, ela é que não sabe. Nunca me tinha acontecido isto na vida, e eu faço análises mais de uma vez por ano. Encontram uma veia, espetam a agulha e recolhem o sangue. Tudo limpo e rápido e cirúrgico. É sempre isto que acontece. Excepto na Ordem da Trindade, na parte de medicina de trabalho, onde traumatizam as pessoas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Estou solidária. Eu já tive de fazer muita análise nesta vida e só me aconteceu com uma enfermeira super bruta!! fiquei possessa e andei com uma nódoa negra enorme durante imenso tempo (eu avisei o braço ideal, mas enfim). Aconteceu uma outra vez numa sedação para endoscopia, o tipo também foi bruto e forçou em dois sítios diferentes, resultado: sangue a jorrar e a mão num estado lamentável com duas manchas que só agora (um ano depois) sumiram.
Arre!
M.

Maat disse...

Eish, ainda pior do que eu :( eu não fiquei com o braço pisado. Mas outras pessoas da minha empresa ficaram. E um ano com marcas de tirar sangue?! Que chato :/ ainda bem que acabaram por desaparecer :)