Andei de comboio recentemente e já não andava há dois anos. Como as poucas vezes que ando é para ir a Lisboa e vou sempre no alfa, normalmente (nem sempre, porque uma vez estavam 33 graus lá fora e a carruagem onde ia tinha o ar condicionado avariado) é uma boa experiência. Desta vez, quando me sentei, achei o lugar enorme, com espaço para esticar bem as pernas, e senti a estranheza de não ter cinto de segurança. Isto porque ando de carro normalmente e a última vez que andei num meio de transporte deste calibre foi de avião, na Ryanair claro, à pobre, que tem lugares apertadíssimos. Por isso, agora soube-me bem o espaço extra e os bancos confortáveis. Claro que eu gosto de andar de comboio porque não o uso todos os dias para ir trabalhar, e não tenho de levar com comboios à pinha, com odores matinais, comboios a parar de 3 em 3 minutos, etc. Se assim fosse, tenho a certeza que iria detestar comboios e iria fazer tudo para me manter longe deles, porque me iriam lembrar o trabalho. Como os caminhos que me levam para o trabalho, que eu odeio, não porque os caminhos sejam maus, mas porque me lembram o trabalho. O que mais me irrita é ter de andar por algum caminho desses nos fins-de-semana ou no meu tempo livre. Todos os dias de manhã vou por um atalho que me leva à VCI, que até é mais perto e onde apanho bastante menos trânsito. Quando vou em lazer, prefiro sempre ir dar a volta maior, só para não passar lá. Dá-me aquela sensação triste de ir trabalhar e não gosto de passar por isso desnecessariamente. Não que eu seja mal tratada no trabalho ou odeie o que faço. Mas é sempre trabalho e tenho de acordar de madrugada e entrar cedo e apanhar trânsito e falar com pessoas de manhã e fazer algumas coisas que me agradam menos e é óbvio que se eu fosse rica não trabalhava.
2 comentários:
Se eu fosse rica ia continuar a trabalhar.
Se tivesse sido uma jovem rica teria sido empreendedora e trabalhado para ter sucesso nos meus sonhos.
Acho que uma pessoa está sempre a trabalhar.
Julgo que é uma ILUSÃO UTÓPICA de que rico não trabalha e pode ficar só sentado o resto dos seus dias. Isso seria igual à vida de reformado. Não lhe vejo grande piada sem uns objectivos para a temperar com gosto.
óbvio que eu não queria passar os meus dias a ver séries e filmes. quando digo que não mais ia trabalhar, é que não ia querer trabalhar para ninguém, não ia querer ter um chefe, horas de entrada e saída, etc.
com dinheiro, poderia arranjar algum projecto que desse algum dinheiro e que me ocupasse os dias, com a flexibilidade que eu queria, e sem ter de prestar contas a ninguém. é trabalhar, mas não é trabalhar, de certa forma.
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