segunda-feira, 22 de abril de 2019

As novas drogas


Há um facto que é: há um sem número de adultos que usa calmantes e/ou anti-depressivos. Isto é um facto que eu me apercebi há poucos anos apenas e foi uma grande surpresa para mim. Não que tenha nada de mal, se as pessoas estão doentes têm de se tratar, seja doença física ou psicológica. O que é estranho é que pessoas que me parecem super normais vai-se a ver e andam a tomar anti-depressivos há anos. Conheci muita gente assim no meu antigo trabalho. E continuo a conhecer no meu trabalho actual. Não entendo muito bem a causa. O trabalho normalmente é um grande factor de stress mas também há um factor comum a quase todas as pessoas que eu conheço que tomam: filhos pequenos. A maioria mulheres com bebés ou filhos pequenos. Não sei se é um factor decisivo ou se é apenas coincidência. Também conheço homens que tomam anti-depressivos há anos, mesmo antes de terem filhos. O espanto aqui é para tanta gente que toma. E como disse, não tem nada de mal. Mas muita gente não vê com bons olhos (ou diz que não) tomar este tipo de medicação, porque causa dependência ou porque *inserir argumento básico e sem fundamento* e depois vai-se a ver e para aí metade do país toma. Muito interessante.
Tomei anti-depressivos há muitos anos, durante um curto período na minha vida, em que estava a desenvolver uma fobia e ajudaram-me a ultrapassar isso. Nem sequer deu para ficar viciada porque foi uma questão de poucos meses e uma dose muito baixa. Já calmantes/ansiolíticos, adoro. Tenho Valium em casa para quando ando de avião mas não faz nada normalmente. E de vez em quando tomo um Sedoxil se ficar algumas noites seguidas sem dormir, para normalizar o sono. É esta a minha história com benzodiazepinas, nada de especial, portanto. Mas adoro tomar um comprimido para dormir (que faça efeito) e cair que nem uma pedra!

8 comentários:

Anónimo disse...

Todos nós de vez a vez temos o nosso comprimido de estimação! Quanto ao resto de depressões e afins elas sempre existiram, apenas não lhes era dada o devido valor!


boa tarde Maat

Maat disse...

verdade! e ainda bem que finalmente se lhes dá atenção e as tratamos como a doença que realmente são.
obrigada pelo comentário, Nu e Cru!

Cynthia disse...

Todo o stress da vida que é cada vez maior causa estas reacções e depois é uma bola de neve... eu nunca tomei rigorosamente nada disso, porque felizmente nunca precisei.

Maat disse...

boa! :)

Anónimo disse...

Eu já tomei. Comecei bem cedo, porque comecei a ter responsabilidades acima das minhas possibilidades e idade. Aos 22 entrei assustadíssimo num consultório de uma psiquiatra. Ele só conversou comigo, e disse-me que eu teria de lidar com isso (medo de falar em público) e disse-me que todos os dias lhe entravam pela porta professores, advogados, juízes com o mesmo problema. O médico de família pouco tempo depois receitou-me Victan, e disse-me para quando eu achasse que não aguentava com algum pesado fardo da vida, meter um quarto, só um quarto, uma coisa quase invisível debaixo da língua momentos antes do evento assustador, que o mundo se tornaria mais amável. E assim foi, durante longas décadas. Ainda tenho velhos casacos abandonados com restos de minúsculos pedaços no fundo dos bolsos. A boa notícia é que a maturidade vai resolvendo tudo, na maioria dos casos. Mas em todo o caso é estúpido sofrer grandes angústias insuportáveis se algo nos pode aliviar.

Maat disse...

obrigada pelo teu testemunho, anónimo. acho que é bom as pessoas chegarem-se à frente e contarem a sua história, não é nada de que se tenham de sentir envergonhadas e pode ajudar mais pessoas a pedir ajuda quando precisam dela, em vez de se deixarem ir abaixo sem remédio. é mesmo o que tu dizes, é estúpido sofrer grandes angústias se algo nos pode aliviar.
uns dias antes de publicar este post, que tinha sido escrito uns 3 ou 4 dias antes de publicar, aconteceu uma tragédia a uma pessoa da minha família muito próxima. foquei de rastos, foi uma completa surpresa. entretanto fui ao médico e ando a sedoxil. não conseguia aguentar esta fase sem ajuda. ando bem, calma e tenho alguma ajuda para dormir. tenho de me manter forte também e os comprimidos ajudam. depois logo se verá, agora o que interessa é manter-me bem e ajudar também as pessoas à minha volta.

em jeito de desculpa, não contem que actualize muito o blog nos próximos tempos enquanto as coisas estiverem assim más. mas eu tenho esperança que tudo melhore e logo logo voltarei.

Anónimo disse...

Olá sou o anónimo.
Também me aconteceu algo de muito mau no seio da família, e visto que estava longe sem poder intervir, a sensação é a de ser atropelado por um camião. Nada de muito grave, não fiques a pensar que foi alguma coisa daquelas que saem no Correio da Manhã, ninguém morreu, nem se feriu. Apenas complicações psicológicas, da parte de quem menos de esperava, e vindo de onde dói mais.
Tenho lido muito sobre pessoas com o mesmo problema, e não sei se é útil ler coisas na net. Momentos em que me sinto mesmo em baixo a pensar na vida, sobretudo durante a noite, momentos normais a trabalhar como se não se passasse nada, não sei o que esperar do futuro. Vamos vivendo um dia de cada vez. Uma vezes haverá nuvens, noutras vezes haverá sol. Os dias sucedem-se.. Teremos de ter sempre esperança, e pensar de modo positivo, e que tudo passará, e não será mais do que uma gota de água no oceano das nossas vidas...

Maat disse...

no meu caso é mesmo uma questão de saúde. mas é isso que dizes, um dia de cada vez.
prefiro não ler coisas na net. na net é sempre tudo mau. a única coisa que gosto de ver na net são memes para me animar. mas cada um lá terá a sua forma de lidar com as coisas.
isso do pensamento positivo e esperança é bonito de dizer, e eu sei que é verdade, mas neste momento apetecia-me ter um meltdown e só fumar cigarros, tomar comprimidos e dormir :/ mas sim, eu sei que não posso e que tenho de ser forte :)
obrigada pelas tuas palavras, anónimo!