quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

O estigma


Sabem quando se diz que a doença mental é um estigma ainda? Aliás, o meu projecto final de tradução na faculdade até foi de um site que falava de problemas mentais, psicológicos, psiquiátricos, etc. e como isso constituía um estigma ainda e não era bem aceite pela sociedade. E ouve-se falar muito disso mas nem prestamos grande atenção.
Eu ando a dizer há meses que estou exausta, que estive à beira de um esgotamento há menos de meio ano, provavelmente de uma depressão também, mas ninguém liga, toda a gente desvaloriza. Toda a gente acha que sou eu a exagerar e que não tenho nada. Comecei a ter tonturas muito fortes mais recentemente, e fui a um otorrino para despistar problemas de ouvidos, que são a causa mais comum destes sintomas. Não era, e a médica mandou-me fazer uma ressonância magnética cerebral para termos também a certeza que não é um tumor ou um problema do sistema nervoso. Agora que eu tenho um exame à cabeça marcado, finalmente as pessoas acreditam. Agora que comecei a ter tonturas e a não me segurar de pé, finalmente acham que não é fita. Uma pessoa tem de ter sintomas físicos para as pessoas deixarem de desvalorizar queixas de meses. Incrível. Agora já percebem porque é que eu quero trabalhar menos horas e descansar mais. Antes era mimalhice, agora é valido, porque tenho de fazer uma ressonância ao cérebro e, foda-se, às tantas ela está mesmo doente. Provavelmente nem será nada, será mesmo um sintoma apenas do stress e da ansiedade, mas só agora, que um médico me receitou um exame a sério, é que é verdade. Esse estigma de que falam ainda existe mesmo.

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