sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Autoeuropa


Queria falar aqui da Autoeuropa. Melhor, gostava que me falassem da Autoeuropa, porque eu sei mais ou menos o que se está a passar mas não em detalhe. Ontem ouvi por alto uma notícia na televisão no café que dizia que decidiram ir para a frente com as horas extra, mesmo sem acordo dos trabalhadores ou dos sindicatos. Não acham que os sindicatos, ou os trabalhadores, ou ambos, nem sei bem, estão a ser demasiado renitentes em aceitar as condições e que podem pôr em causa a continuação da fábrica em Portugal? Apetece-me agora ser preconceituosa e dizer que provavelmente a culpa é dos sindicatos. Ajudam até um certo ponto. A partir daí só querem mesmo fazer braço de ferro e levar a sua avante. Se bem que eu também li uma notícia há uns tempos que dizia que os trabalhadores também tinham votado e recusado a proposta. Se na minha empresa a direcção decidisse mudar o horário, fazer turnos, despedir pessoas até, o que é que eu e os outros podíamos fazer para impedir isso? Nada. Até fiquei com a ideia de que a Auto Europa está a propôr condições razoáveis. Numa empresa onde trabalhei antes, também teve de haver um aumento de produção e que remédio tiveram os trabalhadores senão concordar. Mas a empresa também foi generosa e compensou-os, resolvendo-se assim a situação com bom senso de ambas as partes. Há uma leitora deste blog que trabalha lá. Gostava de saber a sua opinião, identificando-se ou não. E dos outros todos também, claro.

2 comentários:

Cynthia disse...

Ah, não tinha visto este post teu! Agora percebo o teu comentário à minha publicação sobre a Autoeuropa. A malta anda muito insatisfeita, também convenhamos... não é fácil sair a um sábado (quando começarem agora os sábados obrigatórios) às 15h30, para entrar no domingo à 00h (já 2ª feira, portanto) na transição de turno. O que é que fazes nessa folga? Dormes, se quiseres aguentar o turno da noite... Como referi, não posso reclamar, porque assinei estas condições, mas percebo o lado dos efectivos. E sobre isso de levarem a produção para o exterior, caso não se correspondesse cá em Portugal aos objectivos pretendidos, não é tão linear assim. Existem factores internos que o público não está a par e que eles não passam cá para fora.

Maat disse...

não tinha percebido que não tinhas liado este post. então foi super coincidência teres feito o teu uns dias depois do meu.

mas sim, como disse não estou a par de tudo o que se passa, e claro, a comunicação social também não deve saber a verdade toda, por isso quem fala de fora serão sempre só palpites.

eu acho bem que as pessoas lutem e tentem chegar a acordos que satisfaçam as duas partes. o que eu acho que pode ser 'preocupante' é essas mesmas pessoas que falas, que julgo que serão pessoas mais velhas, visto que já lá estarão há muitos anos, ficarem sem emprego. é muito mais fácil arranjares tu um outro emprego qualquer do que pessoas com 50 ou 60 anos que se calhar sempre trabalharam numa fábrica automóvel, se calhar a fazerem quase sempre a mesma coisa. até porque ainda há dias vi uma notícia qualquer sobre a possibilidade de irem para Marrocos, mas também seria só especulação eventualmente.

mais uma vez, boa sorte para ti e para todos!