A fechadura da minha porta de entrada avariou há bastantes meses. Aquela linguazinha (não sei o termo exacto) saiu e só dava para fechar com a chave. Ou seja, tinha sempre de abrir ou fechar a porta, por dentro ou por fora, com a chave. No início era uma chatice tremenda, ter de andar com a chave sempre à mão, mesmo dentro de casa. E quando ia a sair, perder mais esses segundos preciosos para fechar a porta. Mas ao longo dos meses, aquilo foi-se tornando normal. O anormal passou a ser a normalidade. Até que no mês passado decidi finalmente abrir or cordões à bolsa (125 euros - ouch!) e arranjar aquilo. E foi um admirável mundo novo. Nas primeiras semanas, nem sabia bem como agir, ainda tentava fechar a porta à chave muitas vezes, continuava a pegar sempre na chave. Já nem me lembrava como era não ter aquilo avariado. Agora já me habituei de novo ao conforto de poder simplesmente fechar a porta.
Agora podemos aplicar isto a tudo na vida. Não é difícil habituarmo-nos às coisas que estão mal e vê-las simplesmente como rotina, ao final de algum tempo. Mas temos conseguir perceber que realmente fugimos da normalidade num certo ponto e tentar reparar o que está mal, para voltarmos ao normal.
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