quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Actualidade


Agência Europeia denuncia vários casos de exploração laboral em Portugal


Não vamos mais longe. Até há bem pouco tempo, uma amiga minha trabalhava numa sapataria bem conhecida do público com contrato de trabalho diário (sim, diário, leram bem, eu nem sabia que isso existia), querendo dizer que podiam avisá-la num dia que no outro já não precisava de ir trabalhar. Quando chegava ao final de não sei quantos meses seguidos, despediam-na e depois voltavam a contratá-la passado algum tempo, para não terem que lhe dar um contrato a sério. Também quando ela pedia férias, despediam-na durante as semanas que ela queria férias, ela ficava a receber subsídio de desemprego, e voltavam a contratá-la quando ela voltava de férias, para assim evitarem o pagamento de férias.
Quando ela me contou isto tudo e mais coisas, fiquei em estado de choque. Não é exploração laboral, nem sequer sei se é ilegal, se calhar não é, mas é imoral. Como é que nos dias de hoje ainda se fazem estas coisas? E não são empresas pequenas, que passam dificuldades para pagar aos funcionários, é uma empresa grande e que não deve ter problemas nenhuns de liquidez. Basta contratar uma empresa de trabalho temporário para fazer o trabalho sujo deles e safam-se sempre. E o pior é que as pessoas acabam por ter de se sujeitar a isto, porque muitas vezes não têm opção. Num mundo ideal, nunca ninguém quereria ir para lá trabalhar nestas condições. Mas não vivemos num mundo ideal, não é?

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