segunda-feira, 14 de julho de 2025

Traumas de infância

Durante alguns anos culpei os meus pais por não me terem instigado coisas que me fariam uma pessoa melhor, como ler mais (sempre gostei de ler mas não foi porque eles me tivessem motivado), aprender música ou um qualquer talento. Com a terapia, entretanto percebi que isso era culpa deles só até um certo ponto, depois passou a ser a minha responsabilidade. E perdoei-os. Coitados, eram pobres, de origens humildes e com pouca formação e fizeram o melhor que souberam. Com o passar da vida, fui conhecendo pessoas que tiveram pais que fizeram isso que eu queria por elas. E, para minha surpresa, essas pessoas não eram mais do que eu na vida. A única coisa que eram mais era traumatizadas. O bom de ter pais que nos deixam ser o que queremos e não têm expectativas é que não nos cobram. Então seja o que for que nos tornemos na vida, para eles está bem, desde que sejamos felizes. E nunca nos vão dizer que estão desiludidos connosco por não termos sido advogados ou médicos, como os pais que sempre exigiram mais dos filhos. E quando eu fui percebendo estas histórias à minha volta, aí dei muito valor aos meus pais que sempre me apoiaram e nunca se desiludiram comigo.

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