quarta-feira, 6 de abril de 2022
Ritinha (ou o demónio encarnado)
Depois da perda repentina e muito angustiante do Bruninho (*o melhor gatinho*), pensei se devia arranjar outro gato ou não. A decisão foi não, pois a perda dele marcou-me muito e o processo de luto foi muito difícil. Queria pelo menos esperar um tempo até me sentir um pouco mais animada. Entretanto Marco e Mimi começaram a brigar, como faziam antes do Bruno chegar. A brigar de tal forma que tinha de os separar, senão nem conseguia concentrar-me e trabalhar, tal o pandemónio que faziam. Mas eu tinha esperança que aquilo passasse. Duas semana depois, no Natal, uma amiga diz-me que deram ao namorado dela uma gata bebé de prenda (quem faz isto???), mas que ele vivia com os pais e já tinham muitos gatos e não podiam ficar com ela. O meu plano não era ter um gato já e nem sequer era ter um gato bebé, preferia sempre com um velhinho que ninguém quisesse. Mas pensei e pensei, se eles devolvessem a gata tinha medo que lhe fizessem mal (antes afogavam-se, sei lá se ainda fazem o mesmo) e acabei por aceitar ficar com ela. Chegou a Rita e ficou cerca de duas a três semanas isolada dos outros. Vinha com diarreia, tinha de ser tratada e convêm sempre fazer quarentena de um gato novo antes de o juntar com os demais. Nesse tempo, eu odiei-a. Ela vinha tomar o lugar do Bruno e eu estava ainda muito triste, para além de ela ter a energia de gato bebé que não era de todo o que me apetecia. Mas o tempo foi passando, eu fui aguentando esta provação, e chegou a altura de a ir apresentando aos residentes. Também tudo segundo as regras, para não se ficarem a odiar para sempre. E não é que correu bem? Ela e o Marco rapidamente se tornaram muito amigos. Andam sempre juntos, a brincar, a correr, a dormir. A Mimi, não sendo assim a gata mais social do mundo, não adorou mas tolerou. E Ritinha, mesmo levando uns tabefes, acabava por procurar a Mimi para dormir perto dela às vezes, e acho que isso quebrou o coração de pedra da Mimi. E agora até estão mais vezes os três a dormir juntos, coisa que antes nunca acontecia, a Mimi gostava de alguma distância. O Marco parou de brigar com a Mimi, e acho que até emagreceu um pouco, de andar sempre a correr de um lado para o outro (e ele bem que precisava, estava um pouco gordo). Eu também já gosto da Rita. Ela só precisava de espaço para gastar a sua energia e de aprender hábitos decentes com os irmãos mais velhos. Apesar de estar constantemente a destruir-me a casa (a lista de coisas que ela já estragou...), já aprendeu a dormir sossegada, a gostar de mimos e de colo, a ser mais querida. Agora a minha esperança é que ela cresça rápido e pare de me dar prejuízo.
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2 comentários:
Tão linda =)
Longa vida para a Ritinha e parabéns pela coragem, só de pensar em "treinar" gatos pequenos e socializá-los com os mais velhos, já fico a transpirar.
M.
nem me fales :/ a cena fixe é que ela aprende com os outros que são bem comportados e eu não tenho de fazer nada. vá, chamar 'Ritinha!' alto quando ela está a fazer porcaria, para ver se pára :)
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