Fui recentemente a Serralves e ao teatro. Não percebendo eu nada de arte, gostei da exposição, tem quadros bonitos. Outros menos, mas provavelmene tão geniais como os que não gostei, os entendedores lá saberão. Ao teatro fui duas vezes e gostei também.
Sempre que vou a um museu, mesmo não percebendo nada, sinto-me bastante culta. Diria que me sinto a meia da escala cultural. Na verdade, muita gente, como eu, irá a museus e também não percebe nada como eu, só gosta de ver. Acho que não é preciso ter uma licenciatura em Arte para gostar de ver arte. Portanto, eu sinto-me médio culta a ir museus. Quando fui ao teatro, senti-me ainda mais culta. O fundo desta escala seria, claro, o não ver nada ou fazer nada. Diria que o ponto seguinte seriam as séries, que acho que hoje em dia ganharam um certo estatuto cultural, ainda que baixo. O cinema viria um pouco acima, seguido pela leitura. Ver um concerto podia vir no meio da escala. E a seguir os museus, um pouco acima do meio da escala, seguidos pelo teatro, que também pode ter uma ligeira variação, dependendo se é teatro muito experimental (bem acima na escala, mas não vamos complicar tanto). Outros tipos de coisas poderiam vir depois, coisas mais cultas, tipo ir ouvir pessoas a declamar poesia, cheias de tiques, e ver bailado. E no máximo da escala da cultura, acho que podem ficar aquelas danças contemporâneas, todas estranhas. E aquelas performances que não são bem teatro, são só estranhas. Provavelmente nunca chegarei ao topo da escala de cultura, para gostar disso.
Claro que esta escala é uma escala passiva, no sentido em que classifica a cultura na perspectiva de ver alguma coisa, de participar na cultura de forma passiva. Mas também há também as pessoas que realmente fazem a cultura, que pintam quadros, que fazem esculturas, que dançam bailado, que escrevem livros e essas estão em níveis muito acima. Mas claro que o comum dos mortais não se pode reger por essa escala.
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